20 de novembro de 2023, MIMO

Memórias da Revolução: 25 de Abril em Leiria

Oriundo de uma família católica apostólica romana, José Afonso foi educado segundo os respetivos valores. Porém, a partir dos 18 anos, e após alguns anos de ação na JOC, adotou uma visão progressista da Igreja Católica e chegou, inclusive, a desistir de presidir a organização por já não se sentir católico. José recorda os temos em que foi perseguido pela PIDE pela sua participação em reuniões da oposição, mas diz que nunca foi preso por ter sido da JOC e por ter contactos em praticamente todas as dioceses do país. Após ter completado o serviço militar em Mafra, mudou-se para a Escola Prática de Cavalaria de Santarém, onde se aproximou de Salgueiro Maia a partir de 1973. Antes do 25 de abril, José partiu para as Caldas da Rainha para deter os sujeitos que haviam organizado a tentativa de golpe das Caldas e, antes da Revolução, ajudou na preparação das viaturas que deveriam partir na noite de 24 de abril para Lisboa. José considera que o pós-25 de abril em Leiria foi marcado por alguns excessos, como foi o caso da violência, dos tiroteios e das explosões e das ocupações de casas. Recorda com grande alegria o 25 de abril de 1974, mas salienta que este marco da nossa história também foi o 25 de novembro, o 11 de março e todas as vicissitudes de todo este processo.