22/10/2022, Posto de Turismo de Vouzela

Memórias da Floresta de Vouzela

Ao longo desta entrevista, Alberto Alves recorda a sua vida profissional, primeiro como guarda florestal na Direcção-Geral das Florestas e, depois, na GNR, num percurso ligado sempre à proteção da floresta. Dada a sua profissão, assistiu, ao longo das últimas décadas, às principais alterações institucionais e legislativas encetadas no âmbito da gestão florestal. Conhecedor profundo destas matérias, traça um retrato negativo do estado atual da floresta portuguesa, que considera votada ao abandono e, por isso, cada vez mais vulnerável à ocorrência de incêndios. Na análise que faz, identifica como principais problemas a descoordenação entre poderes públicos, nomeadamente entre o Estado central e as autarquias, bem como o progressivo desinvestimento em meios e recursos humanos. Sublinha que a expansão descontrolada da área de eucalipto, motivada pela facilidade na concessão de licenças de cultivo, pela ausência de regulação e pela desertificação das povoações, representa um perigo sério para a biodiversidade da floresta. Reafirma, ainda, a importância da sua atividade, caracterizando os guardas florestais como profissionais que têm como missão proteger e valorizar a floresta.