Vale de Ílhavo

Memórias de Vale de Ílhavo

Virgínia Santo nasceu a 14 de outubro de 1974, em Vale de Ílhavo. O pai era motorista da Câmara Municipal de Ílhavo e nos tempos livres ferreiro e a mãe trabalhava num posto de receção de leite e no campo. Noutros tempos houve mais ferreiros na aldeia, que tinham uma forja para fazer e arranjar utensílios agrícolas. Muitas vezes eram as padeiras que traziam os utensílios agrícolas de outros lugares para serem arranjados pelos ferreiros da terra. Recorda-se de haver muitas padeiras na aldeia, e teve tias paternas que exerciam esta profissão, à semelhança da sua avó e bisavó.A farinha para o pão vinha das moagens de Vale de Ílhavo; inicialmente, os cereais eram moídos nas azenhas existentes junto às levadas e, mais tarde em moagens já mecanizadas. Das recordações de criança tem presente as brincadeiras nas levadas, a festa do Divino Espírito Santo, o Carnaval e a Queima do Judas. A tradição do Carnaval em Vale de Ílhavo começa com os Cardadores, em tempos longínquos, não existindo memória do seu início; todos se lembram de existir e ninguém sabe quando terá começado. A mãe disse-lhe que foi uma das primeiras mulheres da aldeia a votar antes do 25 de abril, porque trabalhava por conta de outrem. Considera que se vive bem na aldeia e que estão perto da sede de concelho, pelo que não sente falta de nada em especial. Destaca a promoção do pão de Vale de Ílhavo e o trabalho das padeiras, bem como a renovação das moagens.