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ENTREVISTAS


Entrevistas:
Maria Francelina Rocha
Data da entrevista:
Vale de Ílhavo
Projeto:
Resumo:
Francelina Rocha nasceu a 13 de dezembro de 1943, em Lombo Meão, no concelho vizinho de Vagos. Teve uma infância difícil e com 12 anos foi servir para casa de uma senhora viúva, na Coutada. Com 16 anos foi para casa de um casal, que não tinha filhos, para Vale de Ílhavo; passado um ano foi para casa de uma senhora que era padeira, e começou a aprender o ofício. A vida de padeira era difícil; o dia começava às 2/3 horas da manhã e quando já era dia fazia a venda do pão de bicicleta; terminada a venda era preciso preparar tudo para à noite fazer o pão. Pouco tempo havia para descanso. Depois de casada, começou a fazer pão por conta própria, tendo construído uma padaria, que ainda hoje existe. Fez pão até aos 75 anos. Naquele tempo já era preciso licenças para exercer a atividade, porém muitas vezes não se tinham. Francelina acabou por ter, porque foi fiscalizada pelos serviços de finanças. Teve que ter vários documentos, tanto para fazer o pão como para vender. Antes do 25 de abril eram muito fiscalizadas, não pela Câmara Municipal local, mas por uns senhores que vinham de Coimbra, que eram os fiscais da intendência.Numa visita de Américo Tomás ao concelho, duas ou três padeiras organizaram um protesto, reclamando a necessidade de terem água na aldeia. Noutros tempos havia mais festas religiosas do que hoje; atualmente só se festeja o Espírito Santo, com a procissão pelas ruas da aldeia. Outro momento marcante de Vale de Ílhavo é o Carnaval, organizado pela Associação “Os Baldas”, bem como a “Queima do Judas”. Também fazem parte do Carnaval os Cardadores, que são, igualmente, uma marca da aldeia.
Ficha Técnica
Maria Francelina Rocha Entrevistado
Inês José Entrevistador