12/08/2021, Biblioteca Municipal Laureano Santos, Rio Maior

Memórias da Mina

Apesar das origens humildes da família e de serem cinco irmãos, Floriano Bernardino da Costa teve oportunidade de estudar até ao antigo segundo grau. Contudo, começou também a trabalhar cedo, aos 12 anos, primeiro numa cerâmica, depois numa serração. Dois anos depois, após aprovação no exame médico requerido, entrou ao serviço no Complexo Mineiro do Espadanal, começando na briquetagem do “giz” (diatomito). Descreve com detalhe as várias funções que desempenhou nos anos seguintes e a forma como a empresa se organizava, desde a extração do diatomito e do carvão, aos circuitos de distribuição e de transporte dos minérios, tanto em comboio quanto camioneta, à produção de energia elétrica ou à entivação das galerias. Saiu da empresa em litígio, poucos meses antes de ir cumprir serviço militar. Esteve na Guiné Bissau, onde por um golpe de sorte não foi atingido com uma granada que vitimou três companheiros. Regressado a Portugal, trabalhou na construção civil e esteve depois seis anos emigrado em França. Reformou-se enquanto trabalhador da Câmara Municipal de Rio Maior.