28/07/2021, Arco da Memória, Rio Maior

Memórias da Mina

Júlio Martins Filipe relembra, aos 82 anos de idade, o seu percurso de vida. Nascido na pequena aldeia do Arco da Memória, nos limites dos concelhos de Rio Maior com as Caldas da Rainha, começou cedo a ajudar os pais nos trabalhos agrícolas. Entrou ao serviço da Mina do Espadanal no dia 13 de julho de 1957. A primeira tarefa foi encher sacas com briquetes e servir de ajudante de motorista nas entregas. Trabalhou sempre no exterior, a arrear “vagonas” e a carregar os vagões do comboio e as camionetas. No Fundo da Mina esteve poucos dias, como ajudante de entivador, mas desistiu face às condições difíceis do trabalho subterrâneo. Depois de sair da Mina, esteve emigrado alguns meses na França, e no retorno dedicou-se à construção civil, primeiro por conta de outrem, depois por conta própria e, quando na década de 90 do século passado a crise neste setor se instalou, virou-se novamente para a agricultura, cultivando hortícolas para a mulher vender na praça de Rio Maior. Teve duas filhas, a quem procurou dar estudos e melhores condições de vida.