Entrevistas:
Alexandra Bernardes Arranhado
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Alexandra Bernardes Arranhado viveu em França, mas veio jovem, com a mãe, para Portugal. Estudava no Lycée Français Charles Lepierre, tendo sido obrigada a abandonar os estudos por ter engravidado com 17 anos. Formada em Fisioterapia, começou a trabalhar no Hospital de Vila Franca de Xira, onde se encontrava em Abril de 1974. Trabalhou, depois, no Hospital de Vialonga e no Hospital do Alcoitão, apesar de voltar para Vila Franca de Xira. Formou-se, ainda, em Filosofia, apesar de não se satisfazer com o mundo do ensino.
No dia da Revolução, ficou em casa da mãe e do padrasto, onde a família acompanhou os acontecimentos pela rádio.
A mãe formou-se em Medicina, graças a Maria Lamas, uma vez que, por ser casada, não poderia terminar os estudos secundários.
No dia 26 de Abril de 1974, Alexandra tinha marcados exames de equivalência ao ensino português, que não decorreram normalmente, devido à Revolução.
Recorda o ensino francês com grandes diferenças estruturais em relação ao português, muito pelo facto de os seus Professores não serem escolhidos pelo Regime. Assistiu ao processo estudantil que levou ao fim do fardamento do Liceu.
Relembra o medo da mobilização para a Guerra Colonial como algo muito presente entre os jovens, bem como a presença constante da vigilância da PIDE.
A sua mãe e o seu padrasto, ambos médicos, garantiam a assistência médica de quem não a podia suportar financeiramente, algo que lhe deu muita noção sobre as dificuldades de vida antes da Revolução.
No Hospital de Vialonga sindicalizou grande parte dos funcionários, participando nas lutas laborais de 1974, sendo recrutada para a UDP. Não concordando com a política de género da UDP, acaba por ser expulsa. Não obstante, continuou a ser delegada sindical.
Alexandra Maria Bernardes Arranhado