18-01-2020, Torre da Oliva, São João da Madeira

Memórias da Indústria

Bernardino Silva de Sousa é natural de Castelo de Paiva. Através da Banda de São João da Madeira começou a trabalhar na fábrica da Oliva, inicialmente no sector das máquinas de costura e, depois, na fundição, sector em que não quis ficar durante muito tempo, começando a trabalhar na fábrica da Molaflex. No entanto, acabou por voltar à Oliva, como serralheiro mecânico, onde trabalhou, chegando a chefe de equipa, até à reforma. Sempre procurou soluções para melhorar as máquinas dos vários sectores de produção, chegando a inventar novas peças para melhorar a sua eficiência. Sempre pertenceu e tocou em várias bandas de música da região, contando 10 até à data. As suas filhas também estudaram música, sendo das primeiras mulheres a integrar as bandas locais. Considera que sempre foi bem tratado na Oliva, tanto por colegas, como por patrões. Sublinha, também, as boas condições de trabalho oferecidas aos funcionários, entre prémios, cuidados médicos e boas remunerações, inclusivamente de horas extra. Lamenta o fecho da fábrica, cujo declínio atribui à diversificação da produção e ao abandono do sector das máquinas de costura. Descreve a Oliva como uma segunda casa, onde travou inúmeras amizades e que lhe permitiu providenciar uma boa vida à sua família.