Entrevistas:
António da Silva Mota
Data da entrevista:
18-01-2020, Torre da Oliva, São João da Madeira
Projeto:
Resumo:
António da Silva Mota é natural de São João da Madeira e começou a trabalhar na fábrica da Oliva em 1964, com 14 anos, no departamento comercial. Recorda a rapidez com que teve de aprender a escrever à máquina.
Antes de entrar na Oliva, António trabalhava numa fábrica de calçado, no sector da finalização do sapato, com o pai. A sua mãe era gaspeadeira para a mesma empresa, mas trabalhava em casa.
No ano em que começou a trabalhar na Oliva também começou a estudar, na Escola Industrial de São João da Madeira. António refere que os dias eram muito longos, entre as horas de trabalho, durante o dia, e de estudo, durante a noite.
Entre 1970 e 1973 esteve mobilizado para a Guerra Colonial, combatendo em Angola durante 2 anos, numa companhia na frente de guerra. Recorda a viagem, a bordo do navio Vera Cruz. Refere que muitos camaradas da sua companhia morriam, pela dureza da frente em que se encontravam.
Quando regressou de África, António continuou a trabalhar na Oliva, mas foi recolocado no sector do fabrico de torneiras, tendo um cargo técnico, de programação, que respondia à ITT, empresa que já havia comprado a Oliva.
Participou na organização dos catálogos publicitários da Oliva e fez sempre parte das representações da empresa em feiras industriais, como a Exponor.
Relata as convulsões laborais que seguiram a Revolução de 25 de Abril de 1974, nas quais nunca se envolveu. Considera que este processo abriu o caminho de declínio que a Oliva acabaria por seguir, a partir da década de 1980. Quando deixou de trabalhar na empresa, António abriu uma firma de publicidade própria.
Considera a Oliva como uma escola, tendo ocupado e influenciado grande parte da sua vida e da sua família.
Adolfo Cueto Rodríguez
Entrevistador
António Augusto Valente da Silva Mota
Entrevistado