Entrevistas:
José António Freitas
Data da entrevista:
19 de abril de 2024, Casa da Cultura de Santana
Projeto:
Resumo:
O pai de José António Freitas era proprietário de um número significativo de terrenos e foi neles onde ajudava no trabalho agrícola. A grande parte da produção do avô de José era de Vime, que era vendido e transportado para a Camacha, onde era utilizado no artesanato, na conceção de cestas e de vários outros objetos. Considera que grande parte das mudanças observadas em Santana se devem ao 25 de Abril de 1974, que trouxe, além da liberdade de expressão, um desenvolvimento regional notável, cristalizado no aumento de investimentos feitos pelo poder local nas infraestruturas e nos serviços de Santana, na melhoria do comércio e das condições de vida da população. No que respeita à Festa dos Compadres, refere-se às suas origens e sublinha a ação do morgado Laureano Falcão que, em 1847, face a uma crise alimentar, trouxe dos Açores um conjunto de agricultores que ensinou a população de Santana a cultivar o milho. Com eles, trouxeram os seus costumes e acredita-se que esta tradição terá sido adotada pelo povo de Santana. João recorda-se dos convívios nos dias de festa e do momento da Sentença dos Compadres, em que a sátira estava bastante presente. Apesar das mudanças introduzidas nesta festa, a população continua a participar, a aderir e a valorizá-la. Salienta a importância do poder local na preservação desta tradição, ao assegurar o financiamento e o apoio logístico àqueles que queiram participar. Sem este apoio, as escolas, as Casas do Povo, as bandas municipais e as associações culturais teriam grandes dificuldades em fazê-lo. A Câmara Municipal organiza, todos os anos, um cartaz bastante chamativo que atrai milhares de pessoas a Santana.
José António Freitas

Entrevistado
João Francisco Pereira

Entrevistador
Pagárrenda

Editor técnico