19 de abril de 2024, Casa da Cultura de Santana

Memória da Festa dos Compadres de Santana

A entrevista de João Agostinho Ornelas permite-nos traçar o quadro socioeconómico de Santana da segunda metade do século XX. O trabalho agrícola esteve desde sempre no seu quotidiano, dado que a sua família tinha herdado alguns terrenos do seu avô. Todavia, eram os «caseiros» que tratavam e cultivavam as suas terras, onde eram produzidas as batatas, o milho, o trigo, as couves, o inhame, etc.. Além disso, também tinham gado, nomeadamente vacas, galinhas e porcos, que lhes rendia outra fonte de alimento muito importante. Considera que as alterações em Santana nas últimas décadas são bastante significativas, nomeadamente a nível das mentalidades e da qualidade de vida. O turismo é visto como um setor importante para a economia local e regional, mas pode contribuir para o risco da descaracterização do concelho e para o aumento do custo de vida dos residentes. Relativamente à Festa dos Compadres, afirma que esta começou como uma “festa de maldizer” que foi sendo melhorada e impulsionada ao longo dos anos, essencialmente após os anos 70. Participou na Festa e recorda os convívios, as brincadeiras com os foguetes de assobio e a construção de comadres e da Comadre Gigante. São evidentes algumas mudanças na Festa, mas esta continua a ser bastante valorizada e acarinhada pela população local. As instituições e o poder local têm tido um papel fundamental na preservação da Festa dos Compadres.