20 de abril de 2024, Casa da Cultura de Santana

Memória da Festa dos Compadres de Santana

Nesta entrevista, Alice Teixeira descreve de uma forma extraordinária o quadro rural de Santana dos anos 60 e 70. O seu pai foi agricultor e trabalhava nos terrenos de proprietários, onde cultivava batata-doce, semilha e milho. A sua mãe, por outro lado, além de doméstica, carregava leite desnatado para a vila (nesta época, havia um senhor responsável para transportar as natas para o Funchal, onde se fazia a manteiga). Alice teve sete irmãos que, tal como ela, não prosseguiram os estudos. O panorama socioeconómico marcado por uma pobreza generalizada foi-se alterando ao longo das últimas décadas do século XX, nomeadamente após o 25 de Abril. Atualmente, e fruto de um desenvolvimento regional notável, Santana goza de uma boa rede viária e de excelentes acessibilidades. O turismo tem aumentado, o que é percecionado como um aspeto positivo por trazer mais jovens a Santana, mas também por ser uma ajuda significativa para o tecido económico do concelho. No que respeita à Festa dos Compadres, Alice diz que se lembra de ser desafiada por raparigas mais velhas para ir para a Festa. Estas raparigas transportavam um Compadre num carrinho de mão e iam cantarolando vários versos sobre o mesmo – paravam em cada ?venda❜ e cantavam versos diferentes para cada uma.