20 de abril de 2024, Casa da Cultura de Santana

Memória da Festa dos Compadres de Santana

Gil Batista Rosa é descendente de uma família natural de Santana. O seu pai era funcionário público/comerciante e a sua mãe era doméstica. Além disso, o seu pai possuía vários terrenos que eram cultivados e cuidados por um caseiro, com quem dividiam parte da produção agrícola. Considera que, atualmente, os residentes de Santana desfrutam de uma grande qualidade de vida, por esta ser uma zona calma e tranquila, e por contar com uma paisagem e com um clima extraordinários. Gil reconhece que as mudanças observadas em Santana após o 25 de Abril são gritantes e faz referência às obras públicas que transformaram completamente a rede viária e as acessibilidades do concelho. Sobre a Festa dos Compadres, considera que esta é uma festa única na Madeira e que, por isso, têm sido feitos esforços significativos para a sua preservação. Participa desde criança na Festa dos Compadres e chegou a fazer de Juiz no Julgamento (um dos pontos altos da festa que é descrito pelo próprio), um momento seguido pela leitura da Sentença e pela Queima dos Compadres. Todavia, Gil afirma que a Festa dos Compadres já foi mais genuína e que, ao longo dos anos, se foi institucionalizando em demasia, o que resultou na perda da sua essência. Além disso, chama a atenção para a importância de se preservarem traços únicos da festa, como a Comadre Gigante, alertando para o risco desta se tornar num Carnaval como todos os outros.