19 de abril de 2024, Casa da própria

Memória da Festa dos Compadres de Santana

A entrevista de Albertina Branco retrata de forma extraordinária o quotidiano da grande maioria das famílias residentes em Santana na segunda metade do século XX, marcado pelo trabalho agrícola (nos terrenos de outrem) que garantia a subsistência familiar, pelo esforço dos pais em garantirem a melhor educação possível para os filhos e pelo fenómeno da emigração. Nos finais dos anos 60, o seu pai emigrou para França por razões socioeconómicas e o seu irmão ingressou na PIDE, tendo desempenhado o cargo de inspetor em São Tomé até ao 25 de Abril de 1974. Relativamente à Festa dos Compadres – antecedida semanas antes pelo Dia das Comadres e pelo Dia dos Compadres -, refere que esta é “feita do povo e para o povo!”. Participou na Festa pela primeira vez em 1968 e fá-lo atualmente como professora. Descreve a euforia sentida e manifestada pela população durante os seus momentos altos, como o Cortejo Etnográfico, o Julgamento e a Sentença dos Compadres. Faz referência à participação das escolas - que fazem parte da organização, mas que também produzem os próprios fatos temáticos e constroem compadres e as comadres –, dos grupos etnográficos e das bandas filarmónicas na Festa dos Compadres, demonstrando a sua importância neste quadro festivo. Além desta festividade, afirma que as Casas de Colmo, a Floresta Laurissilva, as Levadas, os miradouros, etc., são elementos que distinguem Santana dos restantes concelhos madeirenses.