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OBJETOS


Entrevistas:
Ezequiel Henriques
Data da entrevista:
3 de fevereiro de 2021, Museu da Polícia, MUP, Lisboa
Projeto:
Resumo:
Proveniente de uma família numerosa, Ezequiel Henriques ingressou no Exército voluntariamente em busca de uma vida melhor. Foi mobilizado para a Índia em março de 1960 e na sequência da invasão de Goa pelas forças da União Indiana, em dezembro de 1961, esteve preso durante seis meses no Campo de Concentração de Pondá. Descreve o Campo de Concentração e fala-nos do quotidiano dos prisioneiros, da sua alimentação e das tarefas desempenhadas. Após ser repatriado, concorreu à PSP e frequentou a Escola de Alistados, em Tomar. Em 1963 apresentou-se enquanto voluntário para integrar a VII Companhia Móvel, destinada à Guiné. Fala-nos do primeiro embate com o cenário de guerra, da cooperação entre a Companhia Móvel e as policias locais e ainda do clima e das condições precárias que enfrentou. Em 1965, de regresso a Portugal, foi colocado na 4ª Divisão em Alcântara, na denominada “Esquadra dos Terramotos”, encarregue do policiamento da zona do Casal Ventoso. Em 1969 frequentou o curso de Subchefe na Escola Superior da Polícia (EPP), então localizada no Calvário. Em abril de 1971 foi instrutor de Educação Física na I Escola de Alistados Feminina da PSP e, em simultâneo, desempenhou funções na I Companhia Móvel em Oeiras. Fala-nos dos vencimentos auferidos (em géneros) e dos equipamentos utilizados durante as intervenções. Descreve o dia 25 de Abril de 1974 e destaca o momento mais marcante da sua carreira: o dia 26 de abril, dia em que um agente da PSP (Manuel Costa) foi alvejado, acabando por morrer, no Largo Camões. Relata o processo de extinção da Companhia Móvel da Polícia e a posterior criação do Corpo de Intervenção (CI), em 1976. Refere-se ao período revolucionário como tempos “agitados” e “conflituosos” para o Corpo de Intervenção. Relata ainda alguns episódios de terrorismo em Portugal nas décadas de 70 e 80, salientado o Atentado à Embaixada da Turquia e a intervenção do GOE (Grupo de Operações Especiais). Fala-nos da manifestação dos “secos e molhados”, a 21 de abril de 1989, e da sua atuação enquanto membro do Corpo de Intervenção. Conclui, refletindo acerca dos impactos da carreira policial na vida familiar e conjugal dos agentes da polícia.
Ficha Técnica
Adolfo Cueto Rodríguez Entrevistador
Ezequiel de Jesus Henriques Entrevistado
Pagárrenda Editor técnico