30 de março de 2023, Museu de Arte Contemporânea, Parque de Serralves

Memórias do Parque de Serralves

Belmiro Cunha mantém uma relação de proximidade com Serralves desde a infância. Natural de São Mamede de Infesta, muda-se para a Rua de Serralves em 1955, altura em que os pais abrem uma padaria, em funcionamento até 1967. Desde então que contacta com a zona agrícola de Serralves, atual espaço da quinta, onde ia comprar produtos frescos e hortícolas. Inicia a sua atividade cívica aquando do 25 de Abril, tendo integrado o movimento das comissões de moradores pela ocupação de casas devolutas. Sublinha a importância conferida por estas comissões à questão ambiental e ao problema dos resíduos que afetavam de forma transversal a cidade do Porto. A propósito, fala-nos de algumas das iniciativas municipais de gestão de resíduos que se desenvolveram após a eleição de Aureliano Veloso para primeiro presidente da Câmara Municipal do Porto em 1976. Reporta-se à história do “Núcleo de Defesa do Meio Ambiente de Lordelo do Ouro”, associação criada em 1978, da qual faz parte, e a algumas das suas lutas, nomeadamente a defesa da Mata da Pasteleira ou a questão do saneamento. Fala-nos de alguns dos projetos municipais para a Casa de Serralves, das denúncias das tentativas de ocupação da Quinta e da compra do Estado Português de Serralves. Refere-se ainda aos programas de ocupação de tempos livres de jovens que dinamizou em parceria com Serralves. Reflete acerca do crescimento de Serralves desde a sua abertura ao público até à atualidade e da sua capacidade de atração de novos investimentos para a freguesia de Lordelo do Ouro. Fala-nos ainda da capela da Casa de Serralves, onde era celebrada missa, aberta aos habitantes do bairro. Conclui, refletindo acerca do futuro do Parque e da sua ligação particular com a zona agrícola, atual quinta.