30 de março de 2023, Biblioteca da Fundação de Serralves

Memórias do Parque de Serralves

António Preto, Diretor da Casa do Cinema Manoel de Oliveira, refere-se ao Parque de Serralves como uma obra de arte em si mesma que estabelece uma ligação com os outros espaços arquitetónicos que coabitam no mesmo universo (o Museu, a Casa e a Casa do Cinema). Na opinião do próprio, o Parque possui uma dimensão cinematográfica que se relaciona com o enquadramento e com os diferentes pontos de vista que este proporciona. Para além do espaço, o Parque coloca em evidência outras questões relacionadas com o tempo, estabelecendo, por exemplo, zonas de mera transição e outras de permanência prolongada do visitante. Sublinha que o Parque contém em si uma certa dramaturgia, exemplificando com a Avenida dos Liquidâmbares, comparando-a a uma catedral gótica, com os seus jogos de luz e sombra. Refere-se ao Parque enquanto uma construção, algo artificial, e não enquanto natureza. Menciona inclusivamente a dramaturgia do corpo do visitante que percorre o Parque, nomeadamente o esforço físico que este implica. Partilha alguns dos projetos em curso na Casa do Cinema Manoel de Oliveira que dialogam com o Parque de Serralves e as comemorações do seu Centenário, em particular as sessões de cinema da dupla de cineastas Jean-Marie Straub e Danièle Huillet.