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João Augusto da Silva
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José Augusto da Silva deu início ao Serviço Militar com 21 anos, sendo mobilizado no ano seguinte, pertencendo ao Serviço de Material, onde foi responsável pelo reabastecimento de munições.
Mobilizado em Moçambique, esteve no distrito de Tete, numa companhia de militares locais. Foi responsável pelo fornecimento e abastecimento de material de guerra, bem como pela evacuação de soldados feridos e mortos.
Relembra o sentimento constante de medo, principalmente na zona de Tete, tendo pensado várias vezes que não voltaria a Portugal. Recorda o confronto com militares da FRELIMO.
Posteriormente foi transferido para Maputo (Lourenço Marques), onde trabalhou no departamento de correspondência, SPM, encarregando-se da entrega da correspondência aos militares.
Sendo já casado, deixou a mulher e a filha em Portugal, para lutar na Guerra Colonial. A sua esposa, Esmeralda Teixeira, recorda a correspondência por cartas e aerogramas entre o casal.
Em 1972 voltou a Portugal de avião, sendo recebido pela mulher, filha e alguns familiares próximos. Profissionalmente, voltou a ocupar o cargo que tinha antes da Guerra, na fábrica do sector metalomecânico Francisco António da Silva, em Torres Vedras.
Recorda o dia 25 de Abril de 1974 e as lutas e reivindicações laborais que se seguiram. Esteve envolvido nas greves e plenários ocorridos nesse ano, sendo sindicalizado, algo que encarava como um dever.
A sua esposa, iniciou a vida laboral aos 11 anos, num alfaiate. Em Junho de 1974 passou a trabalhar na fábrica da companhia Berghaus, aberta em Março de 1974, onde recebeu pela primeira vez o salário mínimo nacional, o que significou uma melhoria significativa no seu nível de vida. Foi delegada sindical, participando nas lutas e reivindicações laborais. Participou na criação da Comissão de Trabalhadores, sendo considerada comunista, apesar de ser socialista.
João Augusto da Silva