Entrevistas:
Sheikh David Munir
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Resumo:
A Mesquita Central de Lisboa, situada nas traseiras da Avenida Ramalho Ortigão, em Lisboa, é um dos principais centros de culto do Islão em Portugal, religião que engloba mais de cinquenta mil pessoas no país.
No decorrer da formação da Comunidade Islâmica de Lisboa (CIL) em 1968, por um grupo de estudantes muçulmanos, surgiu a necessidade de criar um espaço onde pudessem realizar o culto religioso na cidade. Embora tenham sugerido à Câmara Municipal de Lisboa a construção desse mesmo espaço, tal proposta foi apenas aprovada em 1977, na sequência da revolução de 25 de Abril de 1974. Entre os anos de 1980 e 1990, foram construídas diversas mesquitas em Portugal, como a Mesquita de Odivelas (1991) e a Mesquita de Coimbra (1992). Estas construções foram fruto de uma maior consciencialização nacional para com o Islão, e dado o progressivo aumento da comunidade islâmica em Portugal, urgia a necessidade de um local que, para além de dar a conhecer a religião, reunisse os crentes.
Estas comunidades viram um grande incremento populacional na Europa, na segunda metade do século XX, fruto de movimentos migratórios do pós 25 de Abril, protagonizados por muçulmanos das regiões, sobretudo, da Guiné, e de Moçambique, como é o caso do sheik David Munir.
Iniciou-se então, dois anos depois (1979), a construção da futura Mesquita Central de Lisboa, na Avenida José Malhoa, com o traço arquitetónico de António Braga e João Paulo Conceição. A CIL contou com o apoio de vários crentes e não crentes, que financiaram a construção da Mesquita, a par de alguns países árabes (como a Arábia Saudita, Egipto, Omã, Kuwait, entre outros). A inauguração decorreu no dia 29 de março de 1985 e em 2001, a Câmara Municipal de Lisboa nomeou a rua que passa em frente ao espaço como Rua da Mesquita, topónimo que mantém actualmente.