A carregar...

ENTREVISTAS


Entrevistas:
Cidades em Transição
Data da entrevista:
9/02/2017,
Projeto:
Resumo:
As cidades de Lisboa e de Barcelona têm em comum uma história longa, de implantação territorial milenar, e experiências recentes de um crescimento acelerado e intenso que sacudiu as suas existências ao sabor de múltiplas intervenções públicas e privadas que se foram estendendo por territórios cada vez mais distantes da urbe original. As comunicações dos dois conferencistas foram pensadas no âmbito do Ciclo “Cidade e a Memória das Avenidas”, projecto desenvolvido no IHC/FCSH-UNL, e serão centradas na interpretação de como os lugares da cidade estão intimamente associados às memórias de quem neles residiu ou neles “fez vida”. Estas memórias estão presentes não só nos percursos de vida destes mas igualmente incrustadas na morfologia e na organização destes territórios. Os conferencistas centram as suas reflexões em experiências de investigação que realizaram nas duas cidades e a partir das quais levantam algumas hipóteses acerca das cidades que temos e de como os processos de mudança rápida do século XX as fizeram ser o que são hoje.
Em cada uma das cidades serão delimitados dois tipos de contextos territoriais para sustentar a ideia que os elementos identitários emergem como resultado conjugado da memória individual e da memória colectiva.
No caso de Barcelona, a partir da metáfora do palimpsesto, procura-se mostrar de que forma as cidades se fazem e refazem num processo interactivo permanente, a partir da demolição de edifícios, monumentos e dos alinhamentos da cidade antiga, para fazer emergir novas formas de urbanismo. Recorrendo ao caso do bairro do Raval como referente empírico, é analisado o processo de transformação deste bairro que segue os ditames do urbanismo neoliberal, a partir da metáfora de Jaume Franquesa de “vaciar y rellenar”. Como se constitui então o discurso prevalecente (memória oficial) sobre o passado do bairro que as escavadoras eliminaram? A reflexão terá como base a análise da produção literária, periodística, fotográfica e cinematográfica. Complementarmente a esta memória confrontam-se os pontos de vista de moradores do bairro, que nos explicam os seus sentimentos face à chegada de novos moradores, que os terão encurralado, num claro exemplo de um processo de elitização. No caso de Lisboa, será focada a especificidade do processo de crescimento das chamadas Avenidas Novas e da relação de proximidade com outros contextos residenciais, nomeadamente o Bairro do Rego, confrontando formas de edificação distintas consoante o estatuto s