16/07/2024, Moinho

Memórias da Reserva da Biosfera do Cerrado

Diraci Santos, conhecida por Dirinha, partilha algumas das suas memórias de infância no Sertão e da sua chegada à comunidade do Moinho para prosseguir os estudos. Desde cedo envolvida no trabalho agrícola familiar, Dirinha descreve com detalhe o quotidiano, os desafios da mobilidade rural e a importância da educação mesmo em contextos adversos. A comunidade do Moinho é descrita como um espaço de agregação histórica e simbólica, cuja identificação como comunidade quilombola reforça o sentimento de pertença e reconhecimento coletivo. Fala-nos ainda sobre as atividades económicas locais, como a produção de rapadura, farinha de mandioca e o artesanato, práticas que sustentam a comunidade em articulação com o turismo de base comunitária. Dirinha exerce um papel como bispa da igreja evangélica, e atua como guia espiritual. Fala-nos também da maneira como a comunidade ser organiza e da associação quilombola, elementos fundamentais para a coesão social. Dirinha reflete ainda sobre mudanças nos papeis de género, a melhorias no acesso à água, e os saberes tradicionais sobre plantas medicinais, com especial destaque para a memória da raizeira Dona Flor. Aborda os problemas ambientais, como incêndios, e o impacto positivo da classificação da região como Reserva da Biosfera do Cerrado, reforçando o papel da comunidade e da igreja na preservação ambiental.