19 de abril de 2024, Casa da Cultura de Santana

Memória da Festa dos Compadres de Santana

Tal como tantas outras jovens da sua idade nos anos 60 e 70, Maria de Fátima Nunes começou a trabalhar desde muito cedo na agricultura com os seus pais. Nos terrenos onde trabalhavam (que não eram seus), cultivavam um pouco de tudo, desde batata doce, semilha, trigo, milho, cana-de-açúcar, bananeiras, feijão, etc.. Além da agricultura, também ajudou a mãe com os bordados, que eram transportados para o Funchal e vendidos na Casa dos Bordados. Nunca conheceu outra realidade para além do trabalho agrícola. No que respeita à Festa dos Compadres, considera que esta surge de forma espontânea e que é resultado do convívio dos habitantes de Santana. Recorda-se das mulheres a construírem um «boneco», de escreverem versos, de dançarem e cantarem. Depois, percorriam a freguesia e cantavam os versos em cada venda que passavam – para cada comerciante, havia uma quadra. Desta forma, iam provocando os compadres. Esta tradição sofreu muitas alterações ao longo dos anos. Faz referência ao papel de António Batista na promoção da tradição e na introdução do Cortejo na mesma.