19 de abril de 2024, Casa da Cultura de Santana

Memória da Festa dos Compadres de Santana

Maria da Conceição Freitas começou a trabalhar e a ajudar em casa desde muito jovem – ora acompanhava os pais na fazenda, ora ajudava a mãe com as tarefas domésticas. Depois de concluir o 6º ano de escolaridade, esteve no trabalho dos Vimes. Ela e outras raparigas podavam, descascavam, escolhiam e secavam os vimes, que serviam para fazer os cestos, as decorações e as vigas. Depois do moroso processo de tratamento do vime, este era transportado e exportado para a Camacha, onde estavam os trabalhadores que se dedicavam à construção dos objetos já referidos. Este trabalho corresponde a uma tradição artesanal que se perdeu em Santana há muitos anos. Relativamente à Festa dos Compadres, Maria refere que esta começou como uma brincadeira entre homens e mulheres naturais do concelho. Participou pela primeira vez com apenas 12 anos e esteve no cortejo etnográfico, onde passou num carro alegórico que representou o Trabalho do Vime. Esta festividade está muito mais desenvolvida atualmente e conta com mais pessoas a participar e a assistir. Comemorar a Festa dos Compadres é importante para Santana, não só por ter a capacidade de atrair milhares de pessoas ao concelho e de dinamizá-lo, mas também por contribuir para a preservação e valorização das tradições locais.