22 de abril de 2023, Fundação de Serralves - Quinta

Memórias do Parque de Serralves

Desde cedo que Isabel Pires de Lima possui uma enorme paixão pela literatura e pelas artes, em particular pela arte déco. Na juventude viaja com os pais pela Europa e toma contacto com o meio cultural estrangeiro, numa altura em que todas as manifestações culturais que chegavam a Portugal eram altamente censuradas. Na Universidade convive de perto com o meio cultural portuense e reflete acerca do impacto que a compra de Serralves pelo Estado Português em 1986 teve neste meio e do incómodo que criou em setores ideologicamente mais à esquerda. Define a cidade do Porto dos anos 60 e 70 como um “deserto cultural” e afirma que, à exceção da cooperativa Árvore, não existia uma cultura em torno da arte contemporânea à escala da cidade e do país. Partilha as memórias da sua primeira visita à Casa de Serralves, do deslumbramento que sentiu e do impacto da cor vibrante cor-de-rosa envolvida pelo verde do jardim. Isabel Pires de Lima foi deputada na Assembleia da República entre 1999-2009 e Ministra da Cultura entre 2005-2008, coincidindo com o período de plena afirmação de Serralves. Analisa a complementaridade existente entre o Museu de Arte Contemporânea e o Parque de Serralves e fala-nos do potencial transformador de Serralves na captação de novos públicos para a arte contemporânea. Regressa ao Porto após a sua experiência no Ministério da Cultura e retoma a sua atividade na docência universitária. Em 2015 é convidada para pertencer ao Conselho de Administração de Serralves, cargo que desempenha atualmente. Realça a centralidade que o Parque tem vindo a ganhar sob a presidência da Dra. Ana Pinho e sublinha o enorme potencial pedagógico, artístico, intelectual e científico da instituição. O Parque de Serralves é para si, “um espaço de respiração”.