Nota Biográfica:
Ingressa na Ordem dos Dominicanos, tomando o nome de Bento.
Religioso dominicano, estudou Filosofia em Fátima, Salamanca, Roma e Toulouse.
Regressado a Portugal nas vésperas do Concílio do Vaticano II, torna-se assistente da Juventude da Igreja do Cristo Rei no Porto.
Em 1963 organizou no Porto a exposição "O mundo interroga o Concílio", que levantou grande celeuma e foi encerrada pela PIDE no dia 1 de Maio de 1963. É obrigado a abandonar o país, na sequência da sua afirmação "O problema não é a conversa, é a organização e é preciso derrubar este governo" que fez do altar da Igreja São João de Brito em Lisboa.
Após o seu regresso a Portugal em 1965 lecciona Studium Sedes Sapientiae, em Fátima, no Instituto Superior de Estudos Teológicos, em Lisboa, no Instituto de Psicologia Aplicada, no Centro de Reflexão Cristã, na Escola de Educadoras de Infância Maria Ulrich e foi director do Instituto de S. Tomás de Aquino. Participou na primeira Conferência Ecuménica em Portugal, organizada pela Cooperativa Pragma.
Como interventor em várias iniciativas de carácter cívico no período da ditadura do Estado Novo, participou no lançamento da publicação católica clandestina Direito à Informação, e foi membro do secretariado da Comissão Nacional de Socorro aos Presos Políticos criada em 1969. No início dos anos 70, foi longamente interrogado na sede da polícia política PIDE/DGS devido à sua pregação numa missa para crianças em Caxias, interpretada como um ataque à guerra colonial. Tinha dito nessa pregação às crianças: "Vem aí o Natal, vão dar-vos pistolas. Não aceitem. Digam: quando formos grandes não queremos andar em guerras”.
Considerado um heterodoxo pelas suas posições, o seu percurso apresenta uma objectiva interpretação sobre o papel a ter pela Igreja no mundo contemporâneo, não só expressa enquanto docente, mas igualmente nas intervenções orais nos vários Encontros de natureza cristã onde participou, assim como nas crónicas que escreve para várias publicações.