A carregar...

PESSOAS
x
Nome completo:
Emílio Rui da Veiga Peixoto Vilar
Nota Biográfica:
Emílio Rui da Veiga Peixoto Vilar (Porto, a 17 de maio de 1939) é licenciado em Direito e foi o subscritor da SEDES nº 92. Estudou no Porto, no liceu Alexandre Herculano, e a sua educação em línguas foi completada com uma viagem, sozinho, para Inglaterra, onde ficou em casa de amigos da família a aprender inglês. Formou-se em Direito pela Universidade de Coimbra, em outubro de 1961. No terceiro ano do curso foi diretor do Círculo de Artes Plásticas. Durante o período de estudante universitário foi ator do CITAC - Círculo de Iniciação Teatral da Academia de Coimbra, que pretendia ser o teatro moderno e inovador por contraponto ao TEUP. Ajudou a fazer cenários e caracterização. No quinto ano foi eleito presidente do CITAC, que também assumia uma dimensão política. Foi professor Convidado da Faculdade de Economia e Gestão da Universidade Católica Portuguesa (Porto) em 1998. Desempenhou diversas funções de gestão em universidades portuguesas: membro do Conselho Consultivo da Universidade Nova de Lisboa (2003-); membro do Senado da Universidade do Porto (2001-); Presidente do Conselho Geral da Universidade de Coimbra. Foi um dos fundadores do IED - Instituto de Estudos para o Desenvolvimento e participou nas Wilton Park Conferences e nos Bildberg Meetings.

Após a licenciatura, não conseguiu ser magistrado do Ministério Público por intervenção da PIDE no concurso. Iniciou o estágio de advocacia que acabou já na tropa. Entrou para a Escola Prática de Cavalaria de Santarém em julho de 1962. Foi mobilizado para Angola durante a guerra colonial. No verão de 1963 estava em Henrique de Carvalho, no Leste de Angola. De regresso a Portugal, teve uma primeira oportunidade de trabalho como funcionário público no Gabinete de Estudos e Planeamento dos Transportes no Instituto Superior Técnico. Iniciou uma carreira no Banco Português do Atlântico, começando a trabalhar no balcão da agência de Almada. O seu percurso no banco levou-o à área internacional, tendo chegado a diretor em 1969, cargo que exerceu até 1973. Foi recrutado por Vasco Vieira de Almeida, uma relação que marcou a sua vida. Fez um estágio no Banque Lambert, em Bruxelas. Foi consultor do Banco Franco-Portugaise (1973).

Em 1975 foi designado vice-presidente do Banco de Portugal. Regressou a esta função, após uma incursão na vida política, em 1978. Exerceu o cargo até 1985, ano em que foi nomeado presidente do Conselho de Gestão do Banco Espírito Santo e Comercial de Lisboa. Em 1989 foi nomeado Presidente do Conselho de Administração da Caixa Geral de Depósitos, cargo que exerceu até 1995. Defendeu que a Caixa Geral de Depósitos devia ser plenamente concorrencial. Para tornar a Caixa concorrencial, mudou o estatuto, acabou a garantia do Estado para os depósitos, criou o fundo de pensões, decidiu abrir cem balcões sem contratar mais trabalhadores e comprar bancos em Espanha. Criou a Culturgest para desempenhar atividades nas áreas de vanguarda artística, experimentalismo e multiculturalidade.

Foi presidente do Banco Espírito Santo e Comercial de Lisboa (1985-1986), administrador da SOPORCEL (2000-2001) e presidiu ao Conselho de Administração da Galp Energia, SGPS (2001-2002). Simultaneamente, foi Presidente do Grupo Europeu dos Bancos de Poupança, entre 1991 e 1994. Em 1996 tornou-se presidente do Conselho de Auditoria do Banco de Portugal. Em 2012 assumiu as funções de Presidente do Conselho de Administração e simultaneamente CEO da Rede Elétrica Nacional (REN). Em finais de 2016 voltou a ser presidente do Conselho de Administração da Caixa Geral de Depósitos, quando Paulo Macedo era CEO.

Paralelamente à sua atividade bancária, exerceu diversas funções de gestão cultural, quer no sector público, quer no privado. Presidiu à Comissão de Fiscalização do Teatro Nacional de S. Carlos, de 1980 a 1986. Entre 1989 e 1992 dirigiu e concebeu, como comissário, a participação de Portugal na Europália 91, na Bélgica, inaugurada a 18 de setembro de 1991 e encerrada a 15 de janeiro de 1992. Foi vice-presidente do Conselho de Administração da Fundação de Serralves, entre 1989 e 1990 e Presidente do Conselho Fiscal da Fundação Descobertas (1993-1995), Presidente de Júri do Prémio Thyssen de Arquitectura (1995-1996), presidente do Conselho Geral de Associação para o Museu dos Transportes e Comunicações (1996-04), presidente da Comissão do Novo Museu dos Coches e Picadeiro Real (1998-99). Em 1996 tornou-se administrador da Fundação Calouste Gulbenkian e em 1999 foi administrador da sociedade Porto 2001 Durante dez anos, entre 2002 e 2012, assumiu o cargo de presidente do Conselho de Administração da Fundação Calouste Gulbenkian e, ao mesmo tempo, da Partex Oil and Gas (Holdings) Corporation, a empresa que é o principal mecenas da Fundação Gulbenkian. Artur Santos Silva substituiu-o em ambos os cargos em 2 de maio de 2012. Foi ainda presidente dos CA das Participations and Explorations.
Rui Vilar foi Presidente do Conselho Consultivo das Fundações (2012-2018), copresidente da «Global Philantropy Leadership Iniciative», senador do «European Cultural Parliament» e trustee da «Iniciative A Soul for Europe» e Presidente do Conselho Geral da Universidade de Coimbra (2013-2016).

Além de fundar a SEDES, foi o seu primeiro presidente da SEDES (1970-1972). Em entrevista a Ana Mota Ribeiro contextualiza a fundação da SEDES no pós eleições de 1969. Afirmou nessa entrevista acerca das suas razões para ser um dos fundadores da SEDES: “naquela associação entendíamos que podíamos contribuir para ajudar a mudar o nosso país e a vencer a situação de bloqueio em que o país estava – com uma guerra em África para a qual a solução não era militar. Daí que tivéssemos uma intervenção cívica ligada à ideia de desenvolvimento, à ideia do planeamento, à intervenção comunitária.” Na SEDES fazia as pontes entre católicos progressistas e não católicos. Foi presidente do Conselho Coordenador da SEDES entre 1980 e 1983.

Participou no I Governo Provisório, de Adelino Palma Carlos, primeiro como Secretário de Estado do Comércio Externo e Turismo, depois como Ministro de Economia nos II e III Governos Provisórios, sendo primeiro-ministro Vasco Gonçalves. Nestes cargos defendeu sempre uma aproximação às Comunidades Europeias e o desenvolvimento do acordo de 1972, a contracorrente das posições assumidas por Vasco Gonçalves e maioritárias no MFA. Melo Antunes apoiava a perspetiva de Rui Vilar, que teve oportunidade de expressar na sua colaboração no chamado “Plano Manuel Antunes”. A seu convite visitaram Lisboa o diretor-geral das Relações Externas, Wallenstein (1974) e o vice-presidente, Lord Soames (1975). Visitou oficialmente Bruxelas em novembro de 1974, tendo sido recebido pelo presidente da Comissão, François-Xavier Ortoli.

Em 1976 foi eleito deputado à Assembleia da República como independente pelo Partido Socialista (PS) no círculo do Porto, cargo que deixou para integrar como Ministro dos Transportes e Comunicações o I Governo Constitucional, chefiado por Mário Soares. Em 1986 aceitou o convite de Aníbal Cavaco Silva para ser diretor-geral da Comissão das Comunidades Europeias. Foi presidente da Associação de Comércio Luso-Britânica (1984-1986). Após a adesão de Portugal às Comunidades Europeias, é nomeado primeiro Diretor-geral português da Comissão Europeia, em Bruxelas, assumindo a pasta da fiscalidade.

Distinções
1965-1965 – Medalha de campanha.
24 de agosto de 1986 – Comendador da Ordem Civil do Mérito Agrícola e Industrial. Classe industrial.
25 de março de 1992 – Grã-Cruz da Ordem do Infante D. Henrique.
26 de fevereiro de 1996 – Grã-Cruz da Ordem Militar de Cristo.
2011 – torna-se doutor honoris causa pela Universidade de Lisboa.
Gran Cordon da Orden del Libertador (Venezuela).
Grande Oficial da Ordem de Léopold (Bélgica).
Ordem Nacional do Cruzeiro do Sul (Brasil).
Ordem da Estrela e da Solidariedade (Itália).
Projeto:




Recolhas

ENTREVISTAS

Rui Vilar Lisboa