Nota Biográfica:
Subscritor da SEDES nº 137 - Carlos Alberto Carvalho Dias, Arquiteto
Nasceu em Viana do Castelo, em 1929. O seu pai era dono de uma livraria nessa cidade, tendo-lhe incutido o gosto pela leitura e colecionismo.
Formação e percurso académico
Obteve a sua licenciatura em 1957 na Escola Superior de Belas Artes do Porto com a classificação final de 19 valores.
Percurso profissional
Em 1955 e 1956 participou, como arquiteto estagiário, no trabalho da equipa da zona 2, Trás-os-Montes e Alto Douro, do Inquérito à Arquitetura Regional Portuguesa, liderado por Octávio Lixa Filgueiras e da qual também fazia parte Arnaldo Araújo. No decorrer deste trabalho Carlos Carvalho Dias reuniu e organizou anotações, desenhos, imagens e depoimentos que vieram a ser publicados no livro Arquitectura Popular em Portugal, em 1961. Em 2010 esse trabalho foi revisitado de Carlos Carvalho Dias intitulado Memórias de Trás-os-Montes e Alto Douro: nos 55 anos do “Inquérito à Arquitectura Regional Portuguesa”.
Integrou o Gabinete de Urbanização da Câmara Municipal do Porto (1957-68), onde trabalhou sob a orientação do Professor Auzelle, urbanista-consultor da Câmara Municipal do Porto. Foi assistente e colaborador do Professor Auzelle na organização e direção de uma das secções do curso de férias da união internacional dos arquitetos na Escola Superior de Belas Artes do Porto (1958). Na sua qualidade de arquiteto-urbanista, Carvalho Dias foi consultor de várias localidades no Norte de Portugal, como Vila do Conde, Póvoa de Varzim e Chaves, e trabalhou em S. João da Madeira, Esposende e Braga.
Colaborou no Seminário Formativo da Equipa de Técnicos da Câmara Municipal de Braga - Centro de Estudos de Sistemas Urbanos e Regionais da Universidade de Lisboa (1978).
Em 1973 coordenou, no Porto, a convite dos Professores Percy Johnson-Marshall, da Universidade de Edimburgo, e Manuel Costa Lobo, do Instituto Superior Técnico, a equipa que concebeu o Plano da Região do Porto, concluído e oficialmente apresentado em 1975. Participou, em 1984, na organização do Congresso Internacional de Urbanistas em Portugal, o qual se realizou em Braga.
Integrou o Governo de Macau, dirigido pelo Professor Pinto Machado, de 15 de junho de 1986 a 8 de julho de 1987, com a pasta do Equipamento Social. Envolveu-se em decisões marcantes para o futuro do território, como a localização do novo aeroporto, a criação do “Museu da Marinha” e do “Laboratório de Engenharia Civil de Macau”. Deu um contributo decisivo para a conclusão do Plano de Urbanização do Território e a apresentação de Macau a Património Cultural Mundial.
Também contribuiu, como vogal da “ICOMOS” (International Council on Monuments and Sites) para que o Centro Histórico do Porto fosse incluído na lista dos sítios classificados como Património Cultural Mundial em 1996.
Entre 1989 e 1997 foi consultor da Fundação Oriente, para a área do património, tendo o seu trabalho incidido em particular sobre Goa. Foi Professor Auxiliar Convidado da Universidade Lusíada entre 1989 e 2007, responsável por disciplinas como Urbanismo, Recuperação e Planeamento Urbano.
Percurso associativo
Foi um dos fundadores da Associação Internacional dos Urbanistas Portugueses e seu vice-presidente no triénio de 1982/1984. Em janeiro de 1983, em Coimbra, foi um dos fundadores da Sociedade Portuguesa de Urbanistas.
É membro honorário da Ordem dos Arquitetos, da Associação dos Urbanistas Portugueses e da Associacion Española dos Tecnicos Urbanistas.