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PESSOAS
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Nome completo:
Jorge Manuel Jardim Gonçalves
Nota Biográfica:
Subscritor da SEDES nº 117 - Jorge Manuel Jardim Gonçalves, Engenheiro
Nasceu em Santa Maria Maior, no Funchal, Madeira, filho de Agostinho Carlos Gonçalves (1900-1990) e de Maria Bernardête de Sousa Estêvão Jardim (1899-1989). O pai era comerciante e a mãe professora e proprietária de um colégio. Em 1962 casou com Maria da Assunção Almeida Osório de Vasconcelos, professora de matemática.
Formação e percurso académico
Começou por estudar Engenharia civil na Universidade de Coimbra e completou a licenciatura na Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto, em 1961. Após a conclusão da licenciatura, voltou à Madeira para realizar um estágio no aeroporto do Funchal.
Em 1969 torna-se docente de Hidráulica na Universidade do Porto.
Percurso profissional
Em 1962 foi chamado para cumprir o serviço militar e mobilizado para Angola. Cumpriu a comissão como alferes do pelotão de engenharia do batalhão 96, tendo participado na operação Viriato.
Em 1969 conciliava a atividade docente com a de engenheiro civil na Administração dos Portos do Douro e Leixões. Foi nomeado chefe de estaleiro do Porto de Leixões. Em 1970 decide mudar de profissão e começa a trabalhar no Banco da Agricultura, em Lisboa. Após o estágio é indigitado para o cargo de administrador executivo.
Após o 25 de abril é saneado do Banco da Agricultura e forçado a sair de Portugal. Passa a residir em Madrid, onde trabalha desempenhando funções de direção na Companhia de Gestão e Indústrias do Banco Popular Espanhol, de 1975 a 1976. É neste período que adere ao Opus Dei.
Em 1977 volta a Portugal após ter sido nomeado para o Conselho de Gestão do Banco Português do Atlântico, a convite do então ministro das Finanças, Henrique Medina Carreira, e de um apelo num encontro com Ramalho Eanes, então Presidente da República. Dois anos depois é nomeado Presidente do Conselho de Administração do Banco Português Atlântico e do Banco Comercial de Macau.
Na década de 1980 Jardim Gonçalves participa na criação de uma nova instituição bancária, inicialmente designada Banco Comercial do Norte. O projeto inicial foi liderado pelos empresários Américo Amorim, António Gonçalves e Macedo Silva e deu origem ao Banco Comercial Português, fundado em 1985. Jardim Gonçalves foi o primeiro presidente deste banco, que rompeu com a tradição nacional de associar a propriedade do capital e a administração do banco. Em 1995, o BCP assumiu o controlo do BPA e, em 2000, do Banco Mello, da Companhia de Seguros Império, e do Banco Pinto e Sotto Mayor. Três anos depois era o maior banco privado português e adotou a marca Milleniumbcp.
Jardim Gonçalves deixou a Presidência do Conselho de Administração do BCP em 2005, mantendo as funções de presidente do Conselho Geral e de Supervisão e de presidente do Conselho Superior, até 2008. O jurista Paulo Teixeira Pinto substituiu no cargo de Presidente do Conselho de Administração.
Em 2008 um conflito entre dois grupos acionistas no seio do Conselho de Administração levou à saída quer de Jardim Gonçalves quer de Paulo Teixeira Pinto do BCP.
Em 2010, o Banco de Portugal aplicou a Jorge Jardim Gonçalves uma multa de um milhão de euros, devido a nove infrações com dolo. Ficou ainda nove anos inibido de exercer cargos em instituições de crédito.
Jardim Gonçalves e o Conselho de administração Executivo do BCP contestaram as sanções, alegando que a decisão foi tomada com dolo pelo Banco de Portugal, sob a responsabilidade de Vítor Constâncio, e pela Comissão de Valores Monetários, pela qual Carlos Tavares era o responsável.
Em maio de 2014, Jardim Gonçalves foi condenado a uma pena de dois anos de prisão, a qual ficou suspensa devido ao pagamento de 600 mil euros por crime de manipulação de mercados. Foi também proibido de exercer cargos de direção ou administração em empresas ou instituições financeiras durante quatro anos. O recurso desta pena foi rejeitado pelo Tribunal da Relação de Lisboa em fevereiro de 2015.
Percurso associativo
Em Coimbra frequentou a Juventude Universitária Católica, tal como a sua futura mulher. Aderiu ao Opus Dei quando residiu em Madrid, durante o período revolucionário em Portugal.
Distinções
Recebeu a Grã-Cruz da Ordem do Infante D. Henrique a 9 de junho de 2005.
Projeto: