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PESSOAS
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Nome completo:
Maria Manuela Silva
Nota Biográfica:
Subscritor da SEDES nº 89 - Maria Manuela Silva, Economista
Cascais, 1932 - Lisboa, 2019.
Formação e percurso académico
Em 1954 foi um dos primeiros quatro portugueses e a primeira mulher a licenciar-se em Economia numa universidade portuguesa, no seu caso o Instituto de Ciências Económicas e Financeiras (ISCEF) da Universidade Técnica de Lisboa (UTL).
Iniciou a sua docência universitária a convite do professor Francisco Pereira de Moura, lecionando a cadeira de Planeamento Social. Foi professora no ISEG de 1970 a 1991, tendo chegado a professora catedrática convidada. Lecionou cadeiras de Planeamento, Política Económica e Política Social. Nesse âmbito, presidiu ao Conselho Pedagógico e dirigiu a Revista de Estudos de Economia. Na década de 1990 criou um mestrado em Economia e Política Social.
Também foi professora no Instituto Superior de Serviço Social de Lisboa, no Instituto Superior de Sociologia e Gestão de Évora e no Instituto Nacional de Administração. Lecionou e dirigiu seminários de mestrado nas áreas da Política Social, Planeamento e Economia Portuguesa. A sua investigação académica incidiu principalmente sobre questões da desigual distribuição do rendimento e da pobreza.
Presidiu à primeira Comissão Técnica de Coordenação Pedagógica Global Provisória do ISEG, após o 25 de abril de 1974. Deixou o cargo em setembro de 1974 para presidir ao Instituto de Tecnologia Educativa, cargo que exerceu até julho de 1975. Regressou ao ISEG para desempenhar os cargos de presidente da assembleia geral da escola e presidente do conselho pedagógico. Foi inspetora-geral da Educação entre 1975 e 1993.
Percurso profissional
Foi técnica de ação social do Ministério das Corporações e Previdência Social (1955-1959); técnica do Centro de Estudos de Economia Portuguesa da Associação Industrial Portuguesa, tendo coordenado a equipa de Estudos e Experimentação de Desenvolvimento Comunitário (1961-1965); membro do gabinete de Estudos Corporativos da UTL e colaboradora da revista Análise Social; chefe de serviços da promoção social comunitária, criada no Instituto de Assistência à Família (1965-1968); diretora do gabinete de estudos sociais da Direção Geral de Assistência (1965-1971); diretora da revista Informação Social; diretora do Serviço de Estudos e da contabilidade nacional do Instituto Nacional de Estatística (1970-71), Presidente do Instituto de Tecnologia Educativa (1974-75).
Percurso associativo e político
Paralelamente à sua formação académica e atividade profissional, desenvolveu um intenso ativismo católico: entre 1953 e 1957 foi presidente da Juventude Universitária Católica Feminina (JUCF). Em 1959 aderiu ao Graal – Movimento Internacional de Mulheres Cristã, do qual se desvinculou em 1970. No membro do Graal promoveu e coordenou programas de alfabetização seguindo o método de Paulo Freire. As primeiras ações de alfabetização ocorreram em Portalegre.
Em 1973 envolveu-se na criação do movimento Justiça e Paz em Portugal, juntamente com personalidades como Luís França e Luís Moita. Presidiu à Comissão Nacional Justiça e Paz entre 2006 e 2008. Foi presidente do Movimento Internacional dos Intelectuais Católicos/Pax Romana (1983-87). Até ao fim da sua vida manteve uma intensa atividade cívica, tendo criado diversas associações. Além de fundadora da SEDES, criou, em fevereiro de 1974, a DECO – Associação Portuguesa para a Defesa do Consumidor, e o CRC – Centro de Reflexão Cristã, a 15 de novembro de 1975, tendo presidido a várias direções e dirigido a revista Reflexão Cristã. Durante o período revolucionário integrou o grupo “Socialismo em liberdade”, formado antes do 25 de abril de 1974. Impulsionou a Fundação Betânia, em 1990, e a rede Cuidar da Casa Comum em 1997.
Durante o primeiro Governo Constitucional, foi Secretária do Estado do Planeamento do ministro do Plano e Coordenação Económica, António de Sousa Gomes. Manuela Silva iniciou as funções governativas a 28 de julho de 1976 e cessou funções, após ter pedido a demissão do cargo, em setembro de 1977.
Entre 2007 e 2018 integrou o Conselho Geral da Associação Mutualista Montepio.
Impulsionou a criação do Centro de Estudos para a Intervenção Social (Cesis).
Publicações selecionadas
Dizer Deus – Os textos da fé na leitura das mulheres
Teologia e Género – Perspetivas, Ruídos, novas construções.
Utopia Cristã e Aventura Humana (Multinova)
Pelos Caminhos da Fé (Multinova).
Ouvi do Vento (Pedra Angular).
No Jardim do Peixe (Fundação Betânia).
Resiliência Criatividade Beleza (ed. Cidade Nova).
Distinções
Grã-Cruz da Ordem do Infante D. Henrique.
Recebeu o Doutoramento Honoris Causa pelo ISEG a 21 de junho de 1973.
Em 2012 tornou-se investigadora honorária do Instituto de Ciências Sociais (ICS) da Universidade de Lisboa.
Projeto: