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PESSOAS
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Nome completo:
João Cardona Gomes Cravinho
Nota Biográfica:
Subscritor da SEDES nº 48 - João Cardona Gomes Cravinho, Eng. Civil
Nasceu em Malange, Angola, a 19 de setembro de 1936.
Veio para Portugal aos nove anos, em 1945, tendo ido viver para casa dos seus avós paternos em Alte, no Algarve.
Percurso formativo e académico
Tirou o curso dos liceus em Lisboa, no Liceu D. João de Castro.
Licenciou-se em Engenharia Civil pelo Instituto Superior Técnico (IST) em junho de 1959.
Cumpriu o serviço militar obrigatório entre 1959 e 1961. Fez a recruta em Tancos e depois no Batalhão de Telegrafistas, na Graça, em Lisboa.
Saiu da tropa em 1962. Foi então para Paris onde se graduou num Curso de Investigação Operacional no Instituto de Estatística da Universidade de Paris.
Concluiu um mestrado em Economia na Universidade de Yale.
Foi admitido ao D. Phil (1973-74) na Oxford University.
Graduou-se em cursos sobre Produtividade e Organização de Empresas.
Foi Senior Associate Fellow de Stº Antony❜s College Oxford (1974).
Foi Regente do Curso de Economia Industrial do Instituto Superior de Ciências Económicas e Financeiras (1971-1973) e na Universidade Nova de Lisboa (1975-1976).
Percurso profissional
Integrou os quadros do INII (Instituto Nacional de Investigação Industrial) entre 1962 e 1965, colaborando com Torres Campos, Gomes Cardoso, Correia Gago, Moura Vicente e outros. Trabalhou no Serviço de Produtividade em 1961-62, na Divisão de Economia Industrial em 1962-64, no Gabinete de Planeamento Industrial para a Preparação do Plano Intercalar de Fomento em 1964-65.
Foi Técnico e depois Especialista responsável pelos problemas de Planeamento Industrial no Secretariado Técnico da Presidência do Conselho (STPC), no período em que se elaborou o II Plano de Fomento, entre 1965 e 1968.
Foi encarregado de organizar e dirigir o Núcleo de Avaliação de Projetos do Secretariado em 1967-68.
A partir de setembro de 1968 foi diretor em exercício do Gabinete de Planeamento da Secretaria de Estado da Indústria, tendo sido depois provido no cargo com a categoria de Diretor-Geral (1969).
De abril de 1973 em diante foi Diretor do Grupo de Estudos Básicos de Economia Industrial (GEBEI).
Percurso associativo e político
Foi Presidente da Associação de Estudantes do Instituto Superior Técnico (IST); Secretário-Geral Adjunto da RIA e diretor do jornal da Associação de Estudantes do IST.
Em 1956 participou nas lutas académicas contra o Decreto n.º 40 900. Participou na movimentação estudantil e na greve de 1962. Integrou o Conselho de Anciãos. Foi preso pela PIDE durante 24 horas no decorrer do processo de prisão dos estudantes na Cantina da Universidade de Lisboa.
Após sair da tropa – e antes de partir para Paris – foi um dos corredatores do programa do MAR, juntamente com Nuno Bragança e Manuel Lucena. Colaborou também em O Tempo e o Modo.
De 1969 a 1973 esteve ligado à CDE.
É um dos subscritores para a aprovação dos estatutos da SEDES.
Integrou o chamado “grupo do Florida»”, que viria a ser uma das raízes do MES (Movimento da Esquerda Socialista), partido do qual, em 1974 foi um dos principais fundadores e dirigentes. Assessorou Jorge Sampaio numa missão especial do ministro dos Negócios Estrangeiros à ONU.
Foi ministro da Indústria e Tecnologia do IV Governo Provisório, tendo dado um impulso decisivo no processo de nacionalizações em setores estratégicos da economia. A 10 de julho demite-se do governo com Jorge Sampaio, num contexto de conflituosidade política com o primeiro-ministro, Vasco Gonçalves. João Cravinho é um dos autores do documento que justifica a demissão, juntamente com Jorge Sampaio. O texto, datado de 16 de julho, conta ainda com a colaboração de César Oliveira, Nuno Brederode Santos, Nuno Portas, José Luís Santos Lisma, João Bénard da Costa. A posição tomada pelo grupo procura fundamentar-se em razões de esquerda, demarcando-se quer das posições do PS, quer das da frente popular.
João Cravinho recusa a pasta da Indústria nos governos provisórios subsequentes.
Acompanhou o «grupo do Florida» na saída do MES para o grupo Intervenção Socialista (GIS) que viria a aderir coletivamente ao Partido Socialista, em 1978.
Integrou os órgãos dirigentes do PS, a nível da Comissão Política e do Secretariado Nacional, quando Vítor Constâncio e Jorge Sampaio foram secretários-gerais do Partido Socialista. Integrou também o Gabinete de Estudos do PS.
Foi responsável pela área dos Assuntos Europeus e liderou a lista do PS ao Parlamento Europeu nas eleições de junho de 1989. Foi vice-presidente do Parlamento Europeu.
Em maio de 1994 não aceitou o convite do secretário-geral do PS para integrar a lista do PS ao Parlamento Europeu. Em 1995 assume o cargo de ministro do Planeamento e da Administração do Território do XIII governo constitucional e, no ano seguinte, também como ministro do Equipamento.
Foi eleito deputado nas intercalares da I Legislatura de 1979, pelo círculo de Setúbal. Na II, IV, V, VI, VII legislaturas foi candidato por Lisboa. Nas eleições de 1999 e 2002 (VIII e IV legislaturas) concorreu por Aveiro e, em 2005 (X Legislatura), por Faro. Teve atividade parlamentar na VI, VII, VIII, IX e X Legislaturas.
Em 2006, na qualidade de deputado socialista, elaborou um plano de anticorrupção que colocava sob suspeita pessoas cujas declarações de rendimentos não correspondiam ao seu real património. A proposta foi rejeitada no parlamento. Pouco tempo depois João Cravinho foi nomeado administrador do European Bank for Reconstruction and Development pelo então primeiro-ministro, José Sócrates.
Em 2012 assumiu pertencer à maçonaria.
É pai de João Titterington Gomes Cravinho (Coimbra, 1964), Secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros e Cooperação no XVII e XVIII Governo constitucionais e Ministro da Defesa Nacional desde 15 de outubro de 2018.
Foi pontualmente comentador na SIC Notícias.
Distinções
Excelentíssimo Senhor Grã-Cruz da Ordem do Mérito Civil de Espanha (17 de agosto de 1998).
Grã-Cruz do Mérito da República Federal da Alemanha (18 de maio de 1999)
Grã-Cruz da Ordem Militar de Nosso Senhor Jesus Cristo de Portugal (8 de junho de 2005).
Grã-Cruz da Ordem do Mérito do Chile (25 de agosto de 2005).
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