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PESSOAS
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Nome completo:
Vítor Manuel Ribeiro Constâncio
Nota Biográfica:
Subscritor da SEDES nº 45 - Vítor Manuel Ribeiro Constâncio, Economista
Nasceu em Lisboa, a 12 de outubro de 1943.
Formação e percurso académico
Estudou nos liceus Pedro Castro Nunes e D. João de Castro. Paralelamente aos estudos liceais fez teatro com Pedro Nunes e Morais e Castro.
Vítor Constâncio licenciou-se em Economia pelo Instituto Superior de Ciências Económicas e Financeiras da Universidade Técnica de Lisboa em 1965.
Em 1972 lecionou no Instituto Superior de Serviço Social, em Lisboa.
Em 1973 e 1974 frequentou uma pós-graduação na Universidade de Bristol (Inglaterra). A irrupção da revolução portuguesa levou-o a interromper os estudos e a regressar a Portugal
Foi assistente no ISCEF (atual ISEG) de 1965 a 1973. Foi professor na cadeira de pós-graduação sobre Integração Europeia na Universidade Católica Portuguesa (1980-1981) e professor convidado na Universidade Nova de Lisboa, onde lecionou um curso de Política Monetária.
Entre 1989 e 2010 foi professor catedrático convidado no ISEG e responsável pelo mestrado de Economia Monetária e Financeira (2000-2010).
Vida profissional
Cumpriu o serviço militar na Marinha (Administração Naval, em Lisboa) de 1966 a 1969.
Foi contratado, em 1969, pelo Secretariado Técnico da Presidência do Conselho de Ministros (posteriormente Departamento Central de Planeamento) onde dirigiu os trabalhos técnicos de programação global na elaboração do IV Plano de Fomento. Dirigiu o Departamento de Modelos e Programação Global do Centro de Estudos de Planeamento (1972-1973).
Dirigiu o Departamento de Estatística e de Estudos Económicos no Banco de Portugal em 1975.
Foi nomeado vice-governador do Banco de Portugal em 1977. Ocupou outra vez essa posição em 1979 e entre 1981 e 1984.
Em 1985 foi nomeado Governador do Banco de Portugal, tendo formalizado um pedido de demissão desse cargo em junho de 1986, para se dedicar a tempo inteiro à política.
Em 1993 assumiu o cargo de presidente da Sociedade “Lisboa 94”, entidade com a atribuição de organizar a “Lisboa Capital Europeia da Cultura”.
Foi vogal e administrador do Conselho de Administração do BPI de 1995 a 2000 e, entre 1998 e 2000, vogal e administrador não-executivo da EDP.
Reocupou o cargo de governador do Banco de Portugal de 2000 a 2010.
Em 2010 foi nomeado vice-presidente do Banco Central Europeu.
Percurso associativo e político
Despertou para a política com a crise académica de 1962, num período em que militava em diversas organizações católicas, tendo chegado a ser presidente da JUC – Juventude Universitária Católica na área diocesana de Lisboa.
A partir de 1964, assinou vários documentos da oposição democrática ao Estado Novo.
Em 1964 foi fundador da Cooperativa Pragma, onde conviveu com católicos progressistas e não católicos. Também participou na cooperativa CODES, nomeadamente num colóquio em outubro de 1965 sobre “Estrutura sociológica e desenvolvimento – Obstáculos socioeconómicos ao desenvolvimento em Portugal”.
Em 1969 foi subscritor e fez campanha pela lista da CDE por Lisboa.
Envolveu-se, em 1970, no movimento de protesto contra o decreto que proibiu as cooperativas culturais. Na sequência desta tomada de posição, a PIDE revistou-lhe a casa em Sete Rios e apreendeu-lhe livros e documentos.
Aderiu ao formalmente ao Partido Socialista em 1975. Foi Secretário de Estado do Planeamento nos três primeiros Governos Provisórios, em 1974 e 1975.
Deu uma contribuição decisiva ao Programa de Política Económica e Social de fevereiro de 1975 (Plano Melo Antunes), redigido durante o III Governo Provisório.
Em 1975 foi nomeado Secretário de Estado do Orçamento e do Plano no VI Governo Provisório, cargo que exerceu até ao ano seguinte.
Em 1976 foi eleito deputado à Assembleia da República. No parlamento presidiu à Comissão Parlamentar de Economia, Finanças e Plano e à Comissão Parlamentar para as Negociações com as Comunidades Europeias. Nesta última comissão desempenhou as suas funções no processo negocial com as Comunidades Europeias mesmo após ter saído do parlamento em 1977 na sequência da sua nomeação para vice-governador do Banco de Portugal.
Em 1978 foi ministro das Finanças e do Plano no II Governo Constitucional, constituído por uma coligação PS-CDS-PP. Nesse período foi o principal negociador português junto do FMI do “programa de estabilização da economia portuguesa”.
Voltou a ser eleito deputado à Assembleia da Repúblicas nas legislaturas de 1980-81 e 1987-91. Este último mandato parlamentar é suspenso quando se demite de Secretário-Geral do PS em outubro de 1988. Renuncia formalmente ao mandato de deputado a 1 de janeiro de 1991.
Integrou o Secretariado Nacional do PS entre 1979 e 1981.
Em 1981-1982 foi o principal negociador em representação do PS da revisão constitucional.
A 29 de junho de 1986 foi eleito, em congresso, Secretário-geral do Partido Socialista, com 83 por cento dos votos.
Em 1987 foi eleito Presidente da União dos Partidos Socialistas e Sociais-Democratas da Comunidade Europeia.
Em fevereiro de 1988 foi reeleito Secretário-Geral do PS, com 94 por cento dos votos.
A 27 de outubro desse ano, após assinar com Cavaco Silva o acordo de revisão constitucional, demitiu-se do cargo de secretário-geral do PS, justificando a sua decisão com “falta de solidariedade” e “boicote interno”, denunciando alegadas interferências do Presidente da República Mário Soares na vida interna do PS.
Apoiou o candidato Mário Soares nas eleições presidenciais de 1991.
Em março de 1994 regressou aos órgãos dirigentes do PS e foi eleito membro da Comissão Nacional do PS.
Não aceitou ser líder da lista do PS ao Parlamento Europeu nas eleições de junho de 1994.
Foi membro do do Conselho de Estado entre 1995 e 2006.
Distinções
A 21 de maio de 1999 recebeu a Grã-Cruz da Ordem de Rio Branco do Brasil.
A 8 de junho de 2005 recebeu a Grã-Cruz da Ordem Militar de Nosso Senhor Jesus Cristo.
Publicações selecionadas
Acerca do Programa Económico do Governo. Lisboa: Secretaria de Estado da Comunicação Social, 1978.
Coerência e Rigor, Lisboa: D. Quixote, 1986.
A Renovação Programática do Socialismo Democrático, Lisboa: Fund. Friedrich Ebert, 1988.
Projeto: