Nota Biográfica:
João Maurício Fernandes Salgueiro (Braga, a 4 de setembro de 1934) é o subscritor da SEDES nº 9. Casou com Maria Idalina Neves de Sousa, igualmente fundadora da SEDES. Licenciou-se em Economia pelo Instituto Superior de Ciências Económicas e Financeiras (ISCEF). Tirou uma pós-graduação em Economic Planning and National Accounts do Institute of Social Studies de Haia. Foi assistente e regente das cadeiras de Teoria Económica e Desenvolvimento Económico (1961-1968) no ISCEF; professor convidado da Faculdade de Ciências Humanas na Universidade Católica, onde lecionou a cadeira de Economia Portuguesa (1985-1986); professor de Integração Europeia no Instituto Superior de Gestão e na Faculdade de Economia da Universidade Nova de Lisboa, onde também lecionou Gestão Bancária (1992-93) e o Seminário de Economia Portuguesa (1986-2007).
De 1957 a 1959 foi economista do gabinete de estudos do ministério das Corporações. Em 1959 integrou os quadros superiores do Banco de Fomento Nacional. Foi consultor e diretor de Planeamento do Secretariado Técnico da Presidência do Conselho, de 1965 a 1969. Exerceu funções de Presidente do Centro de Estudos e Planeamento de 1968 a 1981 e de presidente da JNICT (Junta Nacional de Investigação Científica e Tecnológica de 1972 a 1974. Foi vice-governador do Banco de Portugal (1974-1975); presidente do IIE - Instituto do Investimento Estrangeiro (1981); presidente do Conselho de Administração do Banco de Fomento e Exterior (1983-1992); presidente do Conselho de Administração do BNU (Banco Nacional Ultramarino) (1996-99); vice-presidente do Conselho Económico e Social e presidente da Associação Portuguesa de Bancos.
Na década de 1950 foi presidente da Juventude Universitária Católica (JUC). Em 1970 foi um dos fundadores da SEDES – Associação para o Desenvolvimento Económico e Social, sobre a qual escreveu: “A SEDES surgiu na altura como um espaço de liberdade, como um contrato entre homens e mulheres que queriam exercer mais ativa e plenamente os seus direitos, num quadro que procurava travar a liberdade de reflexão, de afirmação e de decisão. Não foi uma experiência partidária. Não foi também uma experiência que procurasse o sucesso pessoal dos sócios. A grande maioria dos sócios fundadores tinham já uma presença afirmada nos domínios da vida profissional que lhes eram próprios. De início defrontou-se alguma dificuldade de interpretação correta dos seus objetivos e metodologia, porque não existia na altura a facilidade de informação e os meios de comunicação social não tinham capacidade para analisar, como têm hoje, as realidades que iam surgindo.
Na passagem para uma sociedade mais aberta, com o 25 de Abril, tornou-se claro o que a SEDES era: um projeto coletivo e solidário de discussão dentro de regras de liberdade, para o reforço dos princípios democráticos. Projeto em que coexistiam personalidades com profundas diferenças quanto a opções de vida e de pensamento mas que compartilhavam entre si princípios essenciais da democracia. O facto de uma grande parte dos sócios da SEDES terem optado por se inscrever em diferentes partidos e neles terem feito percursos ativos e bem sucedidos, mostra até que ponto tem sido possível, durante anos, coexistirem pessoas que pensam de maneira tão diferente mas com um acordo básico no essencial.”
De 1969 a 1971 foi subsecretário de Estado do Planeamento Económico. Por designação do Conselho Corporativo, foi procurador à câmara corporativa na XI Legislatura (1973-1974), na secção de interesses de ordem cultura (1.ª subsecção – ciências e letras). Subscreveu um parecer sobre autorização de receitas e despesas para 1974. Após o 25 de abril de 1974, aderiu ao Partido Popular Democrático (PPD), posteriormente Partido Social Democrata (PSD).
Foi subsecretário de Estado do Planeamento (1969-1971). No período democrático, foi ministro de Estado e das Finanças e do Plano do VIII Governo Constitucional, da Aliança Democrática, sendo primeiro-ministro Pinto Balsemão. Nessa qualidade, durante dois anos, 1981 e 1982, assumiu a responsabilidade pelas negociações da adesão de Portugal à CEE. Foi deputado pelo PSD na III Legislatura (de 31 de maio de 1983 a 3 de novembro de 1985) e presidente da Comissão Parlamentar de Economia e de Finanças da Assembleia da República (1983-1985). Foi vice-presidente do Conselho Económico e Social.
Distinções
8 de junho de 2010 - recebe a Grã-Cruz da Ordem Militar de Nosso Senhor Jesus Cristo.
Nomeado em 2013 sócio honorário do Movimento Internacional Lusófono.
Membro do Conselho das Ordens Honoríficas.
Em 2017 recebeu um Doutoramento Honoris Causa pela Universidade Nova de Lisboa.